Já fazem alguns meses que as passagens aéreas estão bem abaixo da média, mesmo com o dólar alto.
O motivo é a baixa do preço do combustível, que representa 30% de custo nas empresas aéreas.
Isso levou a muitas empresas oferecem mais rotas e vôos por preços mais competitivos.
Nos Estados Unidos, a queda média de preços foi de 8%.
No Brasil, isso foi ainda maior pela crise econômica: menos viajantes, menor preço. Os valores de passagens internacionais para os EUA caíram até 30%.
Mas isso pode não durar muito. Os preços não irão cair mais e até podem subir em breve.
BAIXA COMPETITIVIDADE
As 5 maiores companhias aéreas dos EUA controlam cerca de 80% do mercado. Isso quer dizer que eles podem manobrar os preços para manter o setor bem lucrativo.
Mesmo quando buscam aumentar oferta, os preços não baixam mais. Para aumentar a capacidade de vendas há custos a serem absorvidos.
E, com um possível cenário de aumento dos preços do combustíveis, essas companhias já diminuíram a previsão e escala de crescimento para 2016.
Notícia: http://www.nbcnews.com/business/travel/reduced-competition-nudges-airline-fares-higher-analysis-shows-n391766
ILUSÃO DE PREÇO BAIXO?
A grande “sacada” para aumentar os lucros foi a cobrança de bagagens despachadas, que começou a ficar padrão nos EUA há poucos anos. Dizem que os valores podem chegar a bilhões, apenas com a taxa de bagagem, que vai de $15 a $40 dólares por bagagem.
Com isso, quem não despacha malas paga menos pela passagem, mas o baixo preço da passagem pode ser uma ilusão, quando somadas todas as taxas.
PREÇO VERSUS QUALIDADE
Mas você deve saber também que as companhias enxugaram muitos custos, que inclui o quadro pessoal (menos funcionários), benefícios oferecidos a viajantes (de refeições a milhagens), redução de espaço entre poltronas, dentre outros. Você pode pagar menos, mas o serviço será pior também.
O outro lado da moeda é que há ainda muita demanda.
Basta ver como os aeroportos estão cada vez mais lotados.
Então, os preços estão subindo.
NA SOMBRA DE CRISES
Crises sempre podem pegar grandes empresas de surpresa. Foi assim em 2001, após o ataque de 11 de Setembro e depois com a crise de 2008.
E some-se o elemento surpresa das crises internas, entre sindicato dos trabalhadores e empresários.
Cada vez mais, as condições de trabalho estão piorando no setor. A última notícia foi de que a Lufthansa, famosa pelas graves paralisações no passado, não consegue pôr em prática seus planos de expansão porque ninguém quer voltar a trabalhar na empresa. Isso soa chocante para um mundo em crise econômica, mas isso mostra como está a situação dos trabalhadores. Lufthansa$%s Growth Plans Are in Trouble Because It Can$%t Hire Enough Flight Attendants
Todos esses fatores impactam na projeção de preços da passagem aérea e confundem ainda mais o consumidor.
Países com o Brasil, em plena crise econômica, poderão ter rotas revistas e aí os preços aumentarão significativamente.
Sabe-se que uma das formas de acertar as contas da empresa é diminuir oferta, ao invés de aumentá-la. Em uma avião, o lucro depende de quantos assentos estão ocupados. Como no hotel. Essa taxa de ocupação de assentos determina o lucro de um vôo. Quanto menos assentos, maior o lucro.
Quem paga a conta são os consumidores, que terão menos opções de compra.
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