Turismo às vezes precisa de criatividade.
De repente, você está passeando por uma cidade, vê um guia e pensa: “puxa, não tem nada para eu fazer aqui!”
Então você descobre que algumas cidades demoram um pouco mais para serem apreciadas. Não são tão imediatas como uma Nova York ou Veneza.
Por exemplo, no filme “In Bruges”, Colin Farrell sente que a pequena cidade medieval é enfadonha e chata.
Na verdade, assim como alguns podem achar chato ir a uma ilha paradisíaca deserta, cada local precisa ser descoberto.
Mas algumas cidades parecem aflorar o que tem de pior nas pessoas e deixá-las irritadas, cansadas e aborrecidas. Eis algumas e o porquê:
Bruxelas: a capital da Europa realmente tem poucas atrações turísticas. Apesar de ser a terra do Chocolate, Cerveja, Restaurantes e Desenhos Animados, talvez alguém se pergunte porque parou em Bruxelas. É só depois de muitos dias que você passa a gostar da cidade: pessoas simpáticas, pequenos mercados, boutiques e lojas sem grandes movimentos. Além disso, tem acesso à várias cidades de trem, desde Londres, Paris, Luxemburgo, Amsterdã, além das pequenas históricas cidades belgas como Bruges, Antuérpia e Ghent.
Houston – embora tenha muitos vôos para Houston e ser a cidade da Nasa, Houston não é uma cidade de turismo.
São Paulo: a principal cidade do país não tem nada de turística. Aliás, a pressa dos paulistanos afasta qualquer tentativa de ter férias com sossego e tranquilidade. É uma boa transição para quem quer ir a grandes cidades com Nova York.
Zurique: é uma cidade muuuuito pequena. Quase um bairro… Você cruza toda ela em questão de minutos. A riqueza da cidade vem dos Bancos, então talvez realmente não seja bom para o turismo. Mas, se você ficasse mais dias, iria depois descobrir porque a Suiça é um bom país para se viver. O problema disso pode ser o preço: o custo é alto.
Berne, Suiça – idem acima, mas agora em uma cidade ainda menor, com ar rústico.
Singapura – não podemos relatar pessoalmente, mas é o que muitos dizem de Singapura. Assim como Dubai, há um contraste de coisas modernas com coisas antigas, mas a população é mais simples do que Dubai.
Bratislava – porque é pequena. Mas fica tão perto de Viena, correto? Se você não quiser arriscar, continue em Viena.
Wellington, Nova Zelândia – a Australia e Nova Zelândia tem a baixa reputação de serem chatas. Elas tem cidades de médio e pequeno porte, por isso alguns não acham muito a fazer a não ser procurar uma excursão para ver um canguru. Alguém sabe dizer o que tem na capital da Austrália, Canberra? Até cidadãos locais tem dificuldades para responder isso.
Oslo, Noruega – a terra de Vikings parece oferecer passeios exóticos aos fiorde e montanhas… mas pouco na cidade, que também padece do mal de ser pequena.
Niagara Falls – fora as cataratas, a coitada da cidade não tem nada a oferecer.
Grand Canyon – idem de Niagara. O Canyon é simplemente um câniom, uma formação milenar rochosa no meio do deserto. Precisa mais alguma explicação?
Las Vegas – como está no meio do deserto, é impossível não achar, depois de poucos dias, que é uma cidade artificial. Aí você tem que amar ou odiar mesmo. Se seu espírito de turista for avançado, você pode amar. Hotéis de luxo a preços baixos? quem não vai gostar?
Dublin, Ireland– uma cidade pequena com traços medievais, cujo maior atributo é a cerveja Guinness. Dublin tem uma vida pacata, terra de escritores deprimidos. Como toda pequena cidade citada aqui, você precisa de mais tempo para absorver as coisas boas e criativas de Dublin. E nem precisa ser fã de U2. Assim como Zurique, o problema disso pode ser o preço: o custo é alto.
Lima, Peru – mais conhecido por ter nos dado o ceviche e ter Machu Picchu, o Peru ainda está crescendo em turismo. Mas a capital Lima ainda sofre com a desigualdade social, o crescimento desordenado. Isso não lembra as cidades brasileiras?
Los Angeles – porque nem tudo que reluz é ouro. Hollywood está longe de oferecer o glamour esperado, talvez pelo excesso de turistas e pessoas tentando ganhar um troco na rua.
Frankfurt – moderna e estilosa, Frankfurt parece não ter aquela mesma identidade histórica de cidades tradicionais da Europa.
Casablanca, Marrocos – a fama do filme não tem a ver com a cidade.
Paris, na temporada. Algumas coisas em Paris deixam os turistas bastante frustrados. A primeira é o excesso de turistas, faz com que tudo tenha a fila do Hopi Hari. Os preços também são de cortar o bolso. É claro que tudo é questão de paciência, perseverança e a vontade de continuar viajando.
Berlim – ainda paira um certo caos de uma cidade dividida. Cheia de contrastes, deixa turistas perdidos.
Chicago – se você não gosta de arquitetura moderna, talvez não ache mais nada em Chicago.
Washington DC – o ar burocrático da cidade (onde está a Casa Branca e o Congresso Nacional dos Estados Unidos) prejudica o lado turístico. Além disso, tudo é muito grande e afastado. Esse é do tipo de cidade que precisa de paciência e tempo.
Zagreb, Croatia – ninguém quer saber da Croácia além da costa.
DICAS
Usualmente, a pior sensação é de se sentir deslocado, não entender como a cidade funciona e pulsa. A melhor forma de diminuir isso é estudar previamente o local e fazer tudo com mais calma. Afinal, turismo também são férias.
Descobrir o que a cidade tem de melhor faz parte das descobertas e experiências inesquecíveis a todos bons viajantes.
Se a cidade é muito pequena, como Bruges, fique menos dias, mas não tente fazer tudo tão corrido. Cidades menores costumam ter um ritmo mais sereno.
Se a cidade é média, a partir de 400 mil habitantes, como Zurique, tente ficar mais dias e tentar absorver mais do cotidiano local.
Se a cidade é grande (mais de um milhão de habitantes), aí você tem que se virar. Tente evitar a alta temporada. Organize-se.